quarta-feira, janeiro 29, 2003

A nossa convivência sempre foi baseada em provocações. Num dado estágio do nosso curso, recebemos um novo coleguinha, o Marcelo (demoreeeeeeeeeeei pra lembrar o nome da criatura). Menino simpático, de bom gosto musical, inteligente e interessante. Claro que eu fiquei logo de olho na figura. Era pescaria no escuro. Eu jogava o anzol, se pegasse, ótimo. Tentativas sem maiores pretensões. Mas o meu orgulho nunca me deixou assumir o meu interesse no menino. Guilherme e outros coleguinhas estavam sempre insinuando: "Hummmmm...e esse clima?! Essa procura?!". E eu me mantia firme, "Eu não quero ele não, tá?!". Claro que ninguém acreditava nas minhas desculpas sem sentido: "só quero ser amiga dele!", "ele não faz o meu tipo". Para a minha tristeza, Marcelo tinha mania de comprar acarajé todos os dias. Ele descia até a baiana mais próxima, comprava acarajé e voltava para ficar conversando conosco na porta do curso. Era uma maravilha só! O menino se mostrava bem jeitoso ao comer. Era restinho de massa para um lado, pedaço de tomate para o outro e a boca sempre lambuzada com o óleo de dendê. E eu acabei virando motivo de piadinha! Só porque estava de olho naquele menino jeitoso! Um dos nossos colegas dizia pagar pra me ver beijando aquela boca lambuzada. Bem, abstraindo a forma de comer, o conjunto da obra agradava. Mas não rolou. Ficou só na intenção e hoje eu digo, ainda bem!!!

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