quinta-feira, junho 14, 2018

vida



Em alguns momentos
O coração parece não caber
Parece não saber
Parece não dizer
Confuso, amplo, disposto
Quer muito
Quer mais
Quer ser


Imagem: Rafael Edwards

quarta-feira, junho 13, 2018

segunda-feira, junho 11, 2018


Um (re)encontro pela tecnologia. Vi seu nome entre os visitantes e a curiosidade me consumiu: - Por que me procura? - Por onde anda? - O que lembra de mim? - O que tem a ensinar à mulher que sou hoje? Junto com as perguntas, as lembranças: os livros, o jeito mais sábio de falar, o poliglotismo, o francês, o alemão, as fotos, a engenharia, a lógica. Parecia um mundo a desbravar e degustar em doses diárias de sorrisos. Sorrisos que atravessariam o oceano e nos dariam alento mútuo, sem preocupações, cobranças, sem peso. De repente, uma abrupta ruptura. Uma reação minha e a resposta veio de lá. OK. Vamos parar por aqui. Ele disse com um ponto final. Sem mais possibilidades de contato, me restou remoer as últimas horas e as lembranças. Me expliquei, mas ele não quis ler. Deve ter seus motivos. Entristeci. Entristeci pelo livro que não li, pelos sorrisos que não mais trocaremos, pela cerveja que não tomaremos, pelas fotos que não compartilharemos. Pelo que deixarei de aprender, pelas curiosidades que não foram sequer perguntadas.

Era para ser leve

Mas algo de transformador ficou em mim. A lembrança de quem eu fui e abandonei. Os desejos que eu havia enterrado. Uma coragem e um desejo de aventura que são muito importantes neste momento. Ele não sabe, mas, sem querer, me transformou. Deu um empurrão para que eu pudesse reencontrar um lado sufocado. Como são bons os encontros e desencontros que nos tiram do eixo, que nos deixam em um caos interno.