quinta-feira, abril 17, 2003

Eu só queria o colo, um cafuné e as palavras: "Tudo vai passar!".
Nós estamos todos tão perdidos, que é bom receber qualquer tipo de apoio. Às vezes um abraço, um beijo, sem perguntar nada, sem querer saber, só por apoiar, já faz a diferença. Ainda bem que meu irmão tem tido alguém ao lado dele, ela tem se preocupado, procura sempre saber como ele está, eles não conversam sobre o assunto, mas ela abraça, ela liga. Sinto MUITA falta disso. Infelizmente não tenho ninguém em especial para se importar comigo, para me ligar, para me dizer "eu te amo". Às vezes é só isso que eu quero ouvir. Cada dia é uma luta nova, cada dia é uma ida ao hospital, a faculdade ou a outro lugar, sempre sozinha no carro, com meus problemas, com as minhas aflições, com a minha solidão. Às vezes eu só quero um "olha, eu te amo e estou aqui pro que der e vier". Alguns amigos têm tentado cumprir esse papel, mas é difícil. É engraçado como se percebe que nesse ponto os amigos homens costumam ser mais dedicados, 3 amigos homens me ligaram hoje. Um queria me chamar pra estudar, pq sabia que eu não conseguiria sozinha, infelizmente não me achou em casa. Um outro queria me dizer que´vai viajar hoje, mas que me liga amanhã e me liga quando chegar, ele sempre pede que eu sorria e que eu seja a mesma birrenta de sempre. O outro só queria saber como eu estava, não queria incomodar, me disse que está a minha disposição se eu quiser sair pra me distrair. Somente 2 amigas que estão próximas são mais preocupadas: Juliana, que se mostrou a mais empenhada em saber como eu estou e em tentar me distrair; e Thaís, que está sempre mandando recados pra mim, desde que minha mãe entrou no hospital que eu não falo com ela, mas sempre recebo os recados.
Dói passar por tudo isso de uma forma tão solitária. É um momento doloroso pelo que estou passando com minha mãe e por estar querendo reconstruir quase que sozinha um namoro. Parece brincadeira, nem eu sei como estou agüentando. Num momento desse, me encho de esperança e penso num futuro melhor. Afinal, eu não sei se agüentaria mais sofrimento.

terça-feira, abril 15, 2003

Pode parecer insensatez, mas, nesses momentos dificeis, um filho seria um presente. Sei que sou nova e ainda nem me sustento, mas seria uma pontinha gostosa de felicidade.

segunda-feira, abril 14, 2003

As coisas vão em altos e baixos. Em alguns dias, ela apresenta significativas melhoras, mas em outros permanece na mesma. Estamos convivendo com isso. Tem sido difícil, mas é a vida. Confesso que ultimamente a minha reação tem sido fugir. Eu a amo muito e não quero vê-la sofrer. Uma das minhas grandes dificuldades é a solidão. Poucas amigas têm se prontificado para mim, inclusive tive um sábado legal por causa de uma delas, Juliana. Minha família não tem estrutura para me apoiar, estamos todos debilitados, meu pai está claramente estafado e meu irmão muito triste. Tentei logo recorrer ao meu namorado, infelizmente não achei receptividade. De repente, me vi praticamente só. Isso tudo veio para, dentre outras coisas, me ensinar a enfrentar meus problemas sozinhas. Eu sempre precisei da minha mãe, do meu namorado, de uma amiga para enfrentá-los. De repente, quem se prontificaria não pode, pois é a mais atingida por tudo. E os outros, por motivos diversos, não se prontificaram também. Então, somos eu e Deus nessa labuta. E assim vou levando a vida, meio anestesiada, sem ver muita graça nas coisas, mas levando...