quarta-feira, abril 28, 2004

Ela me acalmou...enfim...


O VELHO E O MOÇO (Rodrigo Amarante)

Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão
quando vem dizer que eu preciso, sim,
de todo o cuidado.

E se eu fosse o primeiro a voltar
pra mudar o que eu fiz,
quem então agora eu seria?

Tanto faz
que o que não foi não é.
Eu sei que ainda vou voltar...mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão
quando vêm dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo.


E se eu for o primeiro a prever
e poder desistir do que for dar errado?


Ah, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!


Ah, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser aceito a condição.

Vou levando assim
que o acaso é amigo do meu coração
quando fala comigo, quando eu sei ouvir...

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