quinta-feira, junho 27, 2002

"Bonzinho: eu já fui um"
por ex-bonzinho


Sou um ex-bonzinho de carteirinha. Só que, hoje, são raras as vezes em que tenho atitudes imbecis desse calibre: como mandar flores na manhã seguinte... A história se resume: tentei ser tudo para a mulher que amava, de verdade. Mas, por não saber dosar a "bondade", acho que ela foi se enchendo, e me tratando de uma forma cada vez mais indiferente.
Li aqui, no texto do bonzinho, o seguinte : "basta inverter um pouco a situação para vermos que para os moços não é diferente. Quantas vezes maltratamos nossos amados (às vezes, até propositalmente, porque conhecemos o jogo) e subitamente, eles passam a nos tratar com muito mais zelo?". Isso me deixou triste. Na boa, não joguem isso como uma regra. Na minha história, e, aposto que na de muitos outros, homens ou mulheres, o resultado desse "jogo" foi muito mais devastador do que eu poderia imaginar.
Eu nunca consegui entender como, se a tratava tão bem, ela não poderia fazer o mesmo. Mas, diferentemente do que você possa imaginar, nunca fiz nada esperando alguma resposta, positiva ou negativa. Fazia tudo porque a amava. Não pensava em nada, só nela. E isso durou anos.
Houve uma separação, trágica, diga-se de passagem - pois me apaixonei por outra pessoa. E quando voltamos, o "jogo" mudou. Foi ela então que passou a tentar se reaproximar de mim, dizendo que me amava e tal... mas já era tarde. Além de todo o sofrimento dela, que dura até hoje, eu me transformei, depois dessa experiência, num "aborígene" de marca maior! Hoje, entro e saio de um relacionamento como se estivesse trocando de roupa, e não consigo ter mais, entenda, aquele zelo, que vocês tanto reclamam. Tive mais mulheres nos últimos doze meses que em toda a minha vida. E isso, por incrível que pareça, me deixa incrivelmente incomodado, apesar de não estar conseguindo parar com essa "prática". O terrível é ser levado a agir de uma determinada forma, como um predador, dentro dos meus relacionamentos, apesar de não acreditar nisso realmente.
Espero que um dia as pessoas possam encarar um relacionamento de uma maneira simples: amando. Só isso. Sem esse "jogo", essa competição. Espero, também, conseguir voltar a ser "bonzinho", de uma maneira mais madura, mas espero... enquanto isso, vamos jogando o cruel "jogo".


OBS: Alguém sabe como controlar esse joguinho ridículo e, quase sempre (pelo menos pra mim, sempre), inevitável. Putz...eu só quero me dedicar completamente a uma pessoa que também me ame. O segundo eu já consegui, achar alguém que goste de mim. Falta eu aprender a controlar esse joguinho ridículo que mulher inconscientemente faz quando tem um homem louco por ela. Argh!

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