Você era feia, menina.
Não havia o que te consertasse. Você era feia, troncha e torta.
Você era errada, menina.
Não havia o que te endireitasse. Você era errada, exagerada
e mimada.
Você não prestava, menina.
Não tinha porquê você existir. Você não prestava, era
dispensável, um estorvo.
Era assim que você se percebia, menina. Era assim que eles
te falavam. E você diminuía, diminuía, diminuía.
Você era um objeto, menina. Você não tinha palavra, não
tinha voz. Cale-se. Não queira. Não seja você. Seja outra, menina. Seja outra
que caiba nos meus planos. Seja perfeita, menina. Seja tudo menos você. É
errado. É feio. É torto. Você é troncha, menina. Ninguém vai te amar assim.
Você não é amada, menina. Tente, lute, mas nunca será. Você
é troncha, imperfeita. Você é feia, não tem conserto. Eu te destruo, menina.
Não tem para onde você ir. Nada de bom te cabe, você não merece, você não vale.
Eu te destruo, menina. Você é troncha, torta e feia. Eu te odeio, menina. Não
há amor pra ti.
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