Eu sei que por aqui passam pessoas diversas. Pessoas que crêem em coisas diversas. Eu tenho uma crença em formação. Procuro estar com o coração aberto para as coisas que não conheço e foi com isso na mente que eu tive uma conversa muito séria com um amigo essa noite.
Quero deixar claro que não vou falar nada para agradar nem para desagradar ninguém. Não vou me inibir pelo que os outros vão pensar. Esse post vai ser muito mais em meu benefício do que em benefício de qualquer outra pessoa.
Bem, há um certo tempo eu tenho notado algo estranho no meu quarto. Cheguei a comentar com algumas pessoas, mas nunca levei esse papo mais a fundo. Depois que minha mãe faleceu, aconteceu de, em alguns episódios, a porta do meu quarto abrir sozinha. Como se alguém fosse entrar, mas ninguém entra.
Claro que issos empre despertou a minha curiosidade. E fui perguntar a um amigo espírita, mesmo que eu sempre tenha renegado a doutrina espírita. A curiosidade foi maior que a vontade de criticar.
Segundo ele, há a possibilidade de que o espírito de minha mãe esteja tentando se comunicar com a gente. E essa porta abrindo pode ser um sinal disso. Isso me inquietou e até irritou. Eu sempre achei que a morte de minha mãe foi algo muito bem resolvido. O mês que ela passou no hospital serviu para que pendências fossem resolvidas. Como eu já disse aqui, ela provou que nos ama e nós provamos que a amamos (não falarei no passado, pq ainda sinto esse sentimento pulsando com força). Minha mãe estava desprendida da vida, ela chegou a me dizer: "Eu estou morrendo e vou conformada, pode se conformar também. Eu estou tranqüila quanto a isso". Mas isso me revoltou tanto naquela hora. Lembro da minha reação quando a pressão da minha mãe começou a cair (sinal de que ela viria a falecer). Eu comecei a pedir a deus que não a levasse, chorava muito, beijava a testa dela e falava bem baixinho perto do ouvido dela: "Luta mãe! Lembra que Deus te deu promessas de cura? Mantém a tua fé!". Aquilo tudo era muito difícil, eu estava vendo minha mãe morrer.
Meu amigo não descartou essa possibilidade, muito pelo contrário, para ele minha mãe foi desprendida da vida realmente. Ou seja, se ela se desprendeu, o certo seria que ela deixasse o nosso plano físico. Certo? Foi sempre isso que eu pensei. Mas ele acha que não. O amor é uma via de mão dupla. Ela pode ter se desprendido de tudo, mas nós (a família: eu, meu pai, meu irmão, minha avó, meus tios e primos) não nos desprendemos do amor dela. Para ele, nós estamos atraindo o espírito dela para perto da gente. É como se estivéssemos pedindo socorro, já que temos dificuldade em continuar a viver sem a ajuda dela, e ela estivesse se mantendo ao nosso lado, respondendo aos nossos pedidos. Mas, segundo ele, isso atrapalharia o desenvolvimento dela como espírito. Ele usou uma analogia: É como se você tivesse que trabalhar, mas vc deixou seu filho sozinho em casa, ele fica sempre ligando e você não consegue trabalhar.
O que é que eu acho disso tudo? Sinceramente, ainda não sei. Eu sempre achei que minha mãe estivesse no céu, que ela não estivesse olhando para cá, que ela estivesse fazendo o que ela mais gostava: louvar a Deus. E eu acho que prefiro acreditar nisso. Além do mais, a nossa reação de extremo apego é mais que natural, ela se foi há menos de um ano.
Eu sei que isso tudo vai me custar muitas lágrimas. Mas eu quero mexer com todo esse sentimento que tenho por minha mãe. Quero falar sobre ele, quero escrever sobre ele, quero tentar entendê-lo. Não sei se estou só procurando mais dor, mas é algo que quero fazer. Pode ser que amanhã eu não queira mais. Afinal, o futuro é incerto, só a morte é certa.
Bem baixinho, no pé do teu ouvido: Eu te amo muito, minha mãe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário