sexta-feira, outubro 25, 2002

Escrevo mais para tranquilizar-me e para tranquilizar aqueles que me demonstram carinho.
Hoje já sou capaz de sorrir, mas continuo pessoa de poucas palavras.
Por isso ainda continuarei em falta com os amigos (os novos e os velhos).
Quero agradecer a todos, mas individualmente.
Quero falar de cada um, do apoio que me deram e do que cada um significa para mim.

Minha mãe está mais tranqüila hoje. Ela estava muito abatida ontem. Mas acho que a noite que ela passou na emergência a espera de um apartamento para a internação (isso em hospital particular e bom! Imagine!) foi cansativa, mas revigorante. Parece impossível, não é? Mas não é impossível não. Meu pai passou a noite toda sentado numa cadeira ao lado da maca na qual ela estava deitada. O carinho, o amor, a tranqüilidade que meu pai passou para ela durante toda a noite teve uma influência impressionante na sua melhora. Gosto disso. Gosto de saber que agora estão os dois lá, um cuidando do outro. Por opção - claro - muitos se ofereceram de companhia para que meu pai descansasse. Eles recusaram.
Ainda não sabemos quando o médico vai fazer a retirada dos 200 ml de líqüido que se encontram no pericárdio dela. Não sabemos como será essa cirurgia. Mas esperamos o melhor possível. Eu, particularmente, confio na força da minha mãe. Sei da sua vontade de viver para ver seus filhos encaminhando suas vidas. É um alívio ver que ela não se entrega, é bom ver que ela é obediente aos médicos por ter vontade de que tudo isso passe logo.
Amo a minha mãe. Amo a força que ela nos passa. Amo a sua fé em momentos melhores. Amo a sua determinação.
Tempos melhores virão. Eu sei disso...

dorminha menina
que a noite mais escura


amanhecerá.


Veio a mim pela Marília. Obrigada pelo apoio nesse e em outros momentos dificeis.

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