Plena quinta-feira de sol em Salvador. Era algo em torno de 12h30. Os termômetros marcavam 35°. O ônibus, um Cabula vi, parava no primeiro ponto do Comércio, logo abaixo do Elevador Lacerda. Como formigas que encotraram um torrão de açúcar, vários vendedores de picolés, águas, refrigerantes e semelhantes (leia-se H2OH! Esse negócio está dominando o mundo, hein?) correram para as janelas do ônibus.
Em meio aos gritos de ofertas, podia-se distinguir, claramente, uma voz mais exaltada. Inicialmente os gritos eram "Olha a água! Olha a água". Mas, diante da inércia dos pasageiros que pareciam não interessados, o tal vendedor apelou para uma tática mais...digamos...DESESPERADA! "OLHA A ÁGUA, PORR*! UM CALOR DA PORR* E NÃO TEM NINGUÉM COM SEDE NESSE ÔNIBUS NÃO, CARALH*?".
Não, a tática não funcionou, mas rendeu um bom riso.
* contextualização: vale lembrar que em Salvador o termo "porr*", apesar de ser considerado palavrão, é usado com maior freqüência que em outras cidades. Digamos que seja o equivalente a "merd*" e "bost*". Além disso, pode servir de vocativo "Venha cá, seu porr*", substantivo "essa porr* não funciona mesmo" e qualquer outra função que a criatividade baiana permitir.
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