Nunca imaginei que algo assim fosse acontecer comigo, mas vamos lá...
Passei a tarde de hoje quase toda com minha mãe, lá no hospital. Ficamos eu, minha tia Naria, minha tia Gal e meu tio Tuca (elas são irmãs do meu pai e o último é casado com minha tia Gal). A tarde toda foi tranqüila, minha mãe sedada, não falou nada, só gemeu um pouco, a cena não é das mais bonitas, mas nada nos assustava muito. Ficamos observando sinais de melhora, ficamos a procura de algo que mostrasse que ela está reagindo. Como de rotina, as enfermeiras entraram para medir a pressão arterial da minha mãe. Primeiro foi 10 por 6. Ainda é uma pressão normal para ela. Vieram as visitas, enquanto ela dormia mesmo. Outra vez a pressão, 8 por 6. Já ficamos mais alertas. Mias uma ves a pressão, 7 por 6. E ela ficava cada vez mais gelada. A enfermeira-chefe chamou o médico de plantão. Ele leu todo o resumo no prontuário dela (paciente em estado grave). Conversou com a médica que a acompanha há 7 anos e veio conversar conosco.
A primeira coisa que ele perguntou: "Quem é o esposo dela?". Nós respondemos que ele não estava ali, mas que eue ra filha. Ele olhou a pupila da minha mãe e disse: "Vocês sabem que o estado dela não é nada bom, ela é uma paciente em situação grave e nós não temos nenhuma alternativa para fazer com que essa pressão volte ao normal. Sinto muito, mas a tendência é a pressão baixar mais, até chegar a 0". Alguém tem noção do que é ouvir isso? O pastor da igreja da minha mãe tinha acabado de sair do quarto. Eu saí correndo pelo corredor atrás dele, ele já tinha descido pelo elevador. Desci as escadas e passei correndo pelo saguão do hospital. Corri em direção ao portão do hospital, atravessei a rua que separa o hospital do estacionamento e perguntei, já em prantos, se o vigilante tinha visto ele passar. Ele disse que não tinha certeza. Quando olhei de novo para o hospital, ele ainda estava lá na frente. Voltei e falei a ele, em prantos: "O médico disse que não tem mais jeito. A pressão dela vai para 0 e ele não tem como alterar isso". Eu chorava loucamente. E ele disse: "Creia no Médico dos médicos".
Meu tio foi me buscar, me trouxe até o apartamento e disse que me levaria para casa. Cheguei lá em cima e minhas tias estavam em prantos. Mas elas tentavam ser fortes para me ajudar. Me debrucei em minha mãe e comecei a beijar-lhe a testa. Eu repetia, em prantos: "Eu te amo e Deus também te ama. Reage, por favor!". O corpo dela era puro gelo, a aparência não era das melhores. Eu tentava perceber qualquer parte quente no corpo dela. Eu não parava de chorar e resolvi vir pra casa, aqui eu poderia orar em paz e não veria minha mãe sendo condenada a morte.
Eu vim dirigindo (não sei onde arranjei equilibrio para isso) e minha tia Gal veio comigo. Ela me falava de milagres. Ela me contou a história de uma mulher que nem mais saliva tinha, não tinha mais nenhum sinal vital. Cheguei em casa, em prantos, mas tive que disfarçar, para não passar sofrimento pra meu pai, meu irmão, minha avó e uma de minhas tias que estão aqui.
Resolvi chamar uma de minhas tias, a que é mais fervorosa, e disse: "Vamos orar pela minha mãe. Clamar mesmo, pois, segundo o médico, não tem mais jeito, a pressão dela vai a 0 e ela vai embora". Começamos a orar, pedindo do fundo do coração que Deus operasse um milagre ali. Que assim como ele fez com a filha de Jairo (Lucas 8), minha mãe fosse curada. Eu saí do hospital já sendo considerada praticamente órfã de mãe. O médico assim me olhou, as enfermeiras também. Todos sentiram pena, quando me viram debruçada em minha mãe, chorando, pedindo misericórdia a Deus.
Almocei, assim que terminei de orar (já pras 5h da tarde), e logo depois meu tio ligou do hospital: a pressão dela tinha voltado a subir.
Eu não sei como vocês chamam isso, mas eu tenho um nome: MILAGRE!
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