sexta-feira, dezembro 13, 2002

Ontem, dia 12/12, meu pai completou 54 anos (bem vividos, a cara de mocinho que ele tem prova isso).
Pq estou comentando isso? Pq aconteceu algo que chamou a minha atenção. Houve pouca mobilização em favor dele aqui em casa. Não falo só de mim, mas do meu irmão também. Minha mãe sempre colocou na nossa cabeça que dia de aniversário é pra felicidade e deve ser celebrado da melhor forma possível. Mas as únicas frases que meu pai ouviu hoje da minha boca foram: "Parabéns! Felicidades" às 8h da manhã, "Várias pessoas ligaram para o senhor" às 11:30 da noite e "Benção ao meu pai" por volta das 11:50 da noite. Me peguei triste ao perceber que essa é a relação que eu tenho com o meu pai. E, na verdade, foi ele quem cultivou isso tudo. Ele nunca soube demonstrar carinho, sempre foi ríspido. Ele até que me trata de uma forma mais amena. Nós tínhamos uma boa relação. A primeira palavra que eu falei foi "papai", eu chorava para sair do colo dele e ir para o colo da minha mãe, eu era mais apegada a ele. Mas eu não conseguiria ignorar a rispidez com que ele trata o meu irmão e assim nossa relação desandou. Hoje nos tratamos como dois estranhos. Eu não conheço a vida do meu pai e ele não conhece a minha. O engraçado é saber que conhecemos profundamente o íntimo um do outro, mas isso é pq temos personalidades muito parecidas.
Eu já tentei me achegar a ele, mas dei com a cara no chão. Hoje ele cobra, dizendo que nós não oferecemos carinho a ele. Ora, quem nos levou a isso foi ele.
É triste...eu sempre quis ter um pai mais presente.
De qualquer forma, eu sei que ele nunca virá a ler isso, mas: Parabéns! Acima de tudo, pai é pai.

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