terça-feira, dezembro 03, 2002

Com mãe não se mexe. Não falo só da minha, mas de qualquer mãe. Agora, mexeu com a minha, sentou em formigueiro. Até aceito que venham me ofender (se bem que não sou muito de levar desaforo pra casa), agora ofender minha mãe?! E ainda de uma forma infantil e grosseira?!
Depois de ser, por três vezes, desprezada pelo estilista de uma loja, minha mãe resolveu ir à dona da loja para queixar-se. Ao saber disso, a criatura esbravejou coisas horríveis a minha mãe: "cancerosa" ou "mulher de mau agoro". Ah é?! Desaforo bem rejeitado volta três vezes mais forte, viu? Por sorte (de todos), eu não estava lá no momento. Não sei do que seria capaz. A criatura (não é ser nem pessoa, ele não merece esse "status") chegou a levantar um estilete e um vendedor da loja foi para cima dele com um pedaço de pau. Ah se eu tivesse lá!
Minha mãe enfrentou muito bem. Rejeitou todo tipo de ofensa e rodou a baiana a sua maneira. Ainda soltou uma boa: "O câncer não é privilégio de alguns não, viu? Está aí para qualquer ser humano e pode ser a qualquer momento. Sem esperar." Boa, mamãe! Acho que num momento de agonia nem eu soltaria uma dessa. Eu fiquei mais nervosa que ela. Liguei pra loja pra ver se ainda encontrava o desgraçado, mas ele não estava. E ainda ouvi um sonoro: "Ele foi despedido. Se voltar amanhã, será para acertar as contas!". Bem feito! Mãe é sagrada. Ai dele se mexer com a minha de novo!

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